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O fumo e seus efeitos sobre a saúde bucal

Serviço Odontológico Hissae Mozena - Sandra J. M. Jakobson

O vício do tabaco é responsável pela morte de metade dos fumantes regulares, em média eles morrem de 10 a 15 anos mais cedo e tornam-se predispostos a outras doenças sistêmicas. Mesmo com a conscientização, 4 milhões de pessoas morrem todo ano de problemas decorrentes do fumo e a Organização Mundial de Saúde estima que em 2020 serão 10 milhões. No Brasil são 200.000 mortes por ano devido ao tabagismo.
Os subprodutos do fumo são extremamente irritantes para a delicada mucosa nasal e oral. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), no tabaco e na fumaça que se desprende dele, podem ser identificadas cerca de 4.700 substâncias tóxicas, nas quais 60 são carcinogênicas. Fumantes passivos possuem um risco de 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração, sofrem também de irritação nos olhos, manifestações nasais, tosse, cefaléia, aumento de problemas alérgicos e elevação da pressão arterial do que nos não-fumantes que não estão expostos à fumaça. Segundo a OMS, o tabagismo passivo (inalação da fumaça de derivados do tabaco) por pessoas não-fumantes é a terceira maior causa de morte evitável do mundo, seguido do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
Os tabagistas apresentam uma probabilidade quatro a quinze vezes maior de desenvolver câncer de boca especialmente quando potencializado pelo álcool, causam também várias alterações e doenças como xerostomia (os fumantes respiram mais pela boca, mesmo quando não estão fumando, isso seca e desidrata a mucosa bucal causando gengivites, feridas e várias infecções com maior frequência), doença periodontal (porque aumenta a descamação das células da mucosa bucal, provoca aquecimento da gengiva e destruição do tecido ósseo), candidíase, língua pilosa ( as papilas que cobrem a língua tornam-se alongadas e mais espessas como se fossem pequenos pelos, daí língua peluda que é exclusividade dos fumantes) lesões cancerizáveis e câncer. O olfato e o paladar dos fumantes ficam parcialmente bloqueados, e com o passar dos anos, diminui a capacidade de sentir os sabores salgado, doce e amargo (pois ocorre a atrofia das papilas gustativas), o que felizmente é reversível se o paciente deixar de fumar.
Trabalhos têm demonstrado que níveis de perdas ósseas, inserção ligamentar e dificuldades de cicatrização em fumantes são maiores que em não fumantes.

CÂNCER DE BOCA
O fumo exerce um papel de destaque na carcinogênese bucal, especialmente quando sua ação é potencializada pelo álcool. O hábito de fumar, juntamente com o consumo excessivo de álcool, são os dois principais fatores de risco relacionados ao câncer de boca. .
O câncer de boca é caracterizado por uma lesão ou ferida que não causa sintomas. Manchas esbranquiçadas (leucoplasia) na mucosa oral são encontradas mais freqüentemente na parte interna das bochechas dos fumantes entre 50 e 70 anos. A causa mais comum é a irritação causada pelo contato direto com alguns produtos do tabaco. Quanto mais se usa o tabaco, mais estas manchas aparecem. Nas lesões malignas, o tratamento inclui cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e apenas 50 % dos pacientes conseguem viver uma média de 5 anos ou mais. Freqüentemente, as marcas da doença e do tratamento (cirurgia) são desfigurantes e podem dificultar a fala e a alimentação.

DOENÇAS PERIODONTAIS (GENGIVAS)
Sabe-se hoje que fatores modificadores ou fatores de risco, genéticos e adquiridos, internos e externos, podem alterar a condição de saúde geral do indivíduo. Sendo o tabagismo um desses fatores, poderá comprometer a saúde bucal, o desenvolvimento e o resultado dos tratamentos, sendo esse fator um dos maiores determinantes na evolução clínica das condições periodontais, podendo persistir por toda a vida. O fumo é considerado um dos fatores mais graves, responsável pelo excesso de doenças periodontais, mesmo quando comparado a fatores como o Diabetes Mellitus. Tendo em vista que todos os procedimentos realizados na cavidade bucal, seja estéticos ou funcionais são sustentados pelo periodonto, é necessário que os pacientes se conscientizem de que a boca de um fumante é diferente da boca de um não fumante, e que esse aspecto deve ser levado em consideração quanto a qualidade e durabilidade exigida dos trabalhos profissionais.
O indivíduo fumante apresenta alterações periodontais como redução do fluxo sanguíneo, alteração das respostas inflamatórias e imunológicas, prejuízo na cicatrização, modificação na composição da placa bacteriana, aumento na profundidade da bolsa periodontal e conseqüentemente maior perda de inserção óssea.
Devido a todas essas alterações, o índice de fracassos global em implantodontia tem uma porcentagem significativa em pacientes fumantes, inclusive quando se lança mão de recursos como enxertos e regeneração tecidual guiada.
Está sendo considerado também o número de cigarros/dia e o tempo de duração do hábito. Entre dez e vinte cigarros/dia o risco por danos mais severos no periodonto fica bastante aumentado, inclusive quanto à progressão da doença e para respostas negativas à terapêutica.

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